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Entrevista do Mês - 1ª Parte

Entrevista concedida a Nova Escola (1/2001) peloo professor emérito e membro do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (USP). NOVA ESCOLA - Um dos papéis da educação é formar cidadãos. Como a Geografia pode ajudar? Aziz AB´SABER- A educação é o meio pelo qual a criança se integra ao processo civilizatório e à sociedade. Ela deve ter três bases: o domínio do saber acumulado, as oficinas de talentos e o conhecimento da região. É aí que entra a Geografia, com sua capacidade de ajudar o aluno a entender o local onde vive. Só assim ele poderá, mais tarde, atuar sobre esse ambiente. Por isso, todo professor precisa dominar seu entorno, sua população e seus problemas. Não basta saber o be-a-bá e usá-lo em leituras inconseqüentes de velhos livros didáticos. NE - O que são as oficinas de talento? AB´SABER- São espaços didáticos cuja função é estimular as crianças em algumas direções. Eu insisto que o foco da educação deve ser o estudo de soluções para problemas regionais.

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LEALDADE

Quando cheguei à TV Globo, em 1995, eu tinha mais cabelo, mais esperança, e também mais ilusões. Perdi boa parte do primeiro e das últimas. A esperança diminuiu, mas sobrevive. Esperança de fazer jornalismo que sirva pra transformar - ainda que de forma modesta e pontual. Infelizmente, está difícil continuar cumprindo esse compromisso aqui na Globo. Por isso, estou indo embora. Quando entrei na TV Globo, os amigos, os antigos colegas de Faculdade, diziam: "você não vai agüentar nem um ano naquela TV que manipula eleições, fatos, cérebros". Agüentei doze anos. E vou dizer: costumava contar a meus amigos que na Globo fazíamos - sim - bom jornalismo. Havia, ao menos, um esforço nessa direção. Na última década, em debates nas universidades, ou nas mesas de bar, a cada vez que me perguntavam sobre manipulação e controle político na Globo, eu costumava dizer: "olha, isso é coisa do passado; esse tempo ficou pra trás". Isso não era só um discurso. Acompanhei de perto a che

RECEITA DE ANO NOVO

(Carlos Drummond de Andrade) Para você ganhar belíssimo Ano Novo cor de arco-íris, ou da cor da sua paz, Ano Novo sem comparação como todo o tempo já vivido (mal vivido ou talvez sem sentido) para você ganhar um ano não apenas pintado de novo, remendado às carreiras, mas novo nas sementinhas do vir-a-ser, novo até no coração das coisas menos percebidas (a começar pelo seu interior) novo espontâneo, que de tão perfeito nem se nota, mas com ele se come, se passeia, se ama, se compreende, se trabalha, você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita, não precisa expedir nem receber mensagens (planta recebe mensagens? passa telegramas?). Não precisa fazer lista de boas intenções para arquivá-las na gaveta. Não precisa chorar de arrependido pelas besteiras consumadas nem parvamente acreditar que por decreto da esperança a partir de janeiro as coisas mudem e seja tudo claridade, recompensa, justiça entre os homens e as nações, liberdade com cheiro e gosto de pão matinal, direitos re

COMO SURGIU A TRADIÇÃO DE BRINDAR?

Ao erguer suas taças de vinho, os povos antigos faziam uma oferenda simbólica a seus deuses. Os relatos mais antigos de brindes remontam aos gregos e fenícios, segundo Jennifer Rahel Conover, autora do livro Toasts for Every Occasion ("Brindes para Todas as Ocasiões", inédito no Brasil). Para saciar a sede das divindades, os romanos adotaram o hábito de derramar um pouco da bebida no chão - algo como o costume de dar um gole de cachaça "pro santo", comum no Brasil. Além disso, o brinde selava o fim de conflitos. O vencedor dava o primeiro gole para provar que não iria envenenar o adversário. "E, ao bater um copo no outro, os romanos achavam que os venenos se depositariam no fundo das taças", afirma John Bridges, autor do livro A Gentleman Raises his Glass ("Um Cavalheiro Ergue seu Copo", inédito no Brasil). Na ameaça de intoxicação também está uma das hipóteses sobre a origem da exclamação "saúde!", que acompanha os brindes: na Grécia

SEGREDOS DO VINHO - FINAl

O valor atual do vinho Até há pouco tempo, quem definia o valor dessas obras de arte eram os próprios produtores, que levavam mais em conta a "tradição" e a "nobreza" de certas regiões. Nos últimos anos, entretanto, um homem dotado de olfato extraordinário vem abalando a rígida hierarquia do mundo dos vinhos. Trata-se do americano Robert Parker, o mais famoso crítico de vinho no mundo, que avalia cerca de 10 mil exemplares por ano. Parker costuma deixar furiosos alguns dos mais venerados produtores franceses quando estes recebem notas baixas no seu guia de vinhos The Wine Advocate (O Advogado do Vinho, sem tradução brasileira), uma publicação bimestral que tem cerca de 40 mil assinantes em todo o mundo. As notas de Parker, de 50 a 100, podem significar o sucesso ou o fracasso de uma safra. Sua credibilidade foi conquistada pelo fato de ele pagar a maioria dos vinhos que degusta e pela simplicidade de seus julgamentos. "Eu não dou nenhum valor se a linhagem da