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Bélgica

Bélgica
1 INTRODUÇÃO
Bélgica,  monarquia constitucional a noroeste da Europa. Limita-se ao norte com a Holanda e o mar do Norte, a leste com a Alemanha e Luxemburgo e ao sul e sudoeste com a França. Tem uma extensão de 30.528  km2. Bruxelas é a capital e a cidade mais importante.

2 TERRITÓRIO E RECURSOS
O país tem três regiões fisiográficas principais: a planície costeira formada por dunas e pôlderes, o planalto central atravessado por inúmeros rios e as terras altas das Ardenas. Ao longo da costa do Norte existe uma área de terrenos protegidos por diques, construídos entre os séculos XIII e XV. Os rios principais são o Schelde e o Meuse, que nascem na França e são navegáveis na passagem pela Bélgica.

O clima perto do mar é úmido e temperado. No interior, longe do mar, é mais rigoroso. As chuvas atingem por ano a média de 699 mm e a temperatura média é de 8,3 ºC. Os bosques mais importantes são os de carvalho, faia e olmo. A área foi reflorestada com pinheirais.

3 POPULAÇÃO E GOVERNO
A população é composta por dois grupos étnicos. Os flamengos, de origem germânica, que habitam a metade norte da Bélgica, denominada Flandres e que falam flamengo ou holandês, e os valões, de origem celta, que falam francês e habitam a metade sul, denominada Valônia. Há uma minoria de alemães que habitam o leste do país.

Em 2001, a Bélgica tinha uma população de 10.258.762 habitantes e uma densidade de 336 hab/km2, sendo uma das mais altas da Europa. As principais cidades são: Bruxelas, com uma população de 949.070 habitantes em 1993, Antuérpia com 462.880 habitantes e Gand com 228.490 habitantes.
Cerca de 90% da população é católica, apesar do culto estar em declínio. Outras religiões são o protestantismo e o judaísmo.

Em 1963, uma lei estabeleceu três línguas oficiais: o flamengo no norte, o francês no sul e o alemão na zona oriental. Na cidade e nos arredores de Bruxelas, o francês e o flamengo são reconhecidos oficialmente. Ver Língua flamenga; Literatura flamenga.

A Bélgica é uma monarquia constitucional. O atual soberano é o rei Alberto II. A Constituição belga foi proclamada em 1831, com posteriores modificações visando a formação de um Estado federal. O monarca designa os ministros e os juizes. O parlamento é composto pelo Senado e pela Câmara dos Representantes.

4 ECONOMIA
A Bélgica é uma das nações européias mais industrializadas. Seu produto interno bruto, em 1994, era de 248,4 bilhões de dólares, equivalente a 24.290 dólares de renda per capita.

A Bélgica não é totalmente auto-suficiente em produtos agrícolas, entretanto o é na pecuária. A terra é explorada de forma intensiva. O gado e os cultivos de consumo diário são as principais atividades.
A Bélgica é um dos países mais industrializados da Europa. Historicamente foi o carvão o principal recurso do país, mas atualmente suas reservas se esgotaram e a produção caiu a partir de 1980. Muitas minas fecharam. A Bélgica está entre os maiores produtores de ferro e de aço. A indústria pesada baseia-se na produção de aço, carvão, produtos químicos e petróleo, controladas por seis trustes. A indústria têxtil, que data da Idade Média, produz algodão, lã, linho, e tecidos sintéticos e sua indústria química é líder mundial. Outras indústrias importantes são a naval e a de construção de equipamentos ferroviários. A lapidação de diamantes é uma das mais importantes do mundo.
A moeda nacional é o franco belga.

5 HISTÓRIA
Os belgas eram uma antiga tribo celta. A região romana da Gália Bélgica abrangia a atual Bélgica, o norte da França, Holanda e parte da Suíça. Após a queda do Império Romano, a Europa ocidental foi dominada pelos francos, que atingiram o maior poderio durante o reinado de Carlos Magno (768-814). Quando o reino dos francos dividiu-se em 843, a Bélgica se incorporou à Lotaríngia (Alemanha) e no ocidente se formou o condado de Flandres, feudo dos reis da França.

Através do casamento de Maria de Borgonha com o futuro imperador alemão Maximiliano I, os domínios de Borgonha, exceto o ducado, passaram para os Habsburgo. Carlos, o filho mais velho de Maximiliano, herdou os Países Baixos (que incluía a Bélgica) em 1506 e subiu ao trono da Espanha dez anos mais tarde. Posteriormente, foi eleito imperador do Sacro Império Romano-Germânico com o nome de Carlos V. Em 1549, decretou que os Países Baixos se unissem formalmente a seus domínios espanhóis.

Seu filho, Felipe II da Espanha, tentou suprimir o protestantismo e estabelecer maior controle comercial nos Países Baixos. As sete províncias do norte se rebelaram e, em 1581, se declararam independentes; as províncias do sul, por sua vez, permaneceram leais à Espanha. Felipe II tentou reconquistar o norte sem sucesso. Em 1609, Felipe III assinou uma trégua de 12 anos, mas perto do fim, explodiu a Guerra dos Trinta Anos (1618-1648). Em 1635, forças da Holanda e da França uniram-se para dividir os Países Baixos espanhóis. Uma série de vitórias franco-holandesas forçaram o monarca espanhol a firmar uma paz separada com a Holanda em 1648. O sul (atuais Bélgica e Luxemburgo), permaneceu sob domínio espanhol. Luis XIV da França não quis abandonar suas pretensões para com os Países Baixos holandeses; o Tratado dos Pireneus de 1659 concedeu-lhe áreas fronteiriças e depois ele mesmo ocupou várias cidades. Os Países Baixos espanhóis foram um fator importante no contexto do posterior conflito europeu, a Guerra de Sucessão Espanhola. O Tratado de Utrecht (1713-1715) deu à França uma parte de Flandres e a maior parte do território constituiu-se nos Países Baixos austríacos.

Excetuando a Guerra de Sucessão Austríaca, em 1744, o período de dominação austríaco na Bélgica foi pacífico. Em 1787, José II terminou com a autonomia provincial nos Países Baixos austríacos, o que gerou um levante. Em 1790, a República Belga foi proclamada. Leopoldo II, restaurou o controle e revogou os direitos do seu antecessor. Com Francisco II, começou a guerra entre a Áustria e o governo revolucionário da França. A Bélgica foi cedida à França pelo Tratado de Campoformio, em 1797.

O regime instaurado pelos franceses não agradou, mas a Bélgica se expandiu com a conquista de Liège.

Em 1814, o país foi ocupado pelos exércitos aliados que enfrentavam Napoleão Bonaparte. A última das Guerras Napoleônicas, a decisiva Batalha de Waterloo, ocorreu em solo belga.

Pelos acordos de paz do Congresso de Viena, em 1815, a Bélgica e a Holanda se uniram no reino dos Países Baixos, onde foi nomeado rei o holandês Guilherme I. Mas os católicos belgas não queriam um soberano protestante e exigiam uma autonomia maior. A revolução de 1830, na França, incentivou o levante belga. A independência da Bélgica foi proclamada e aceita na Conferência de Londres em 1831 pelas grandes potências.

Os belgas redigiram uma Constituição com um poder legislativo bicameral, elegendo como monarca Leopoldo I.

No reinado de Leopoldo II, a Bélgica enfrentou inúmeros conflitos internos por diferenças educacionais, por problemas sociais decorrentes da rápida industrialização e da falta de um idioma comum. Leopoldo II financiou uma expedição ao rio Congo e, na Conferência de Berlim de 1885, foi reconhecido como soberano do Estado Livre do Congo, cuja administração passou para o Estado Belga em 1908.

Uma semana após ter sido deflagrada a Primeira Guerra Mundial, as tropas alemãs atravessaram a fronteira da Bélgica, ignorando sua neutralidade. O governo resistiu à invasão e solicitou ajuda da França, Grã-Bretanha e Rússia. Um milhão de belgas fugiram do país e mais de 80 mil morreram. A ofensiva dos aliados de setembro de 1918 libertou a costa do país. Pelo Tratado de Versalhes de 1919, a Bélgica incorporou 989,3 km2 de território e 64.500 habitantes.

Apesar dos enormes prejuízos causados pela guerra, a Bélgica alcançou uma notável recuperação. O voto para os homens foi introduzido no país, a neutralidade foi abandonada e, em 1920, foi assinada uma aliança militar com a França.

Em 1936, a Bélgica voltou à neutralidade, sendo atacada uma segunda vez pela Alemanha, em maio de 1940. As tropas francesas e britânicas ajudaram-na mas foram derrotadas devido à superioridade das forças invasoras. Leopoldo III rendeu-se e foi preso. O gabinete belga, exilado em Paris, se negou a reconhecer a derrota, destituindo o rei dos seus direitos de governo. Após a queda da França, o governo belga que estava no exílio transferiu-se para Londres. Em 1944, retornou à Bélgica após a desocupação alemã e o Parlamento elegeu o príncipe Carlos como presidente.

A Bélgica ficou politicamente desorganizada por causa do enfrentamento entre o partido Social Cristão (católicos) e a coalizão de liberais, socialistas e comunistas, e a questão do regresso do rei Leopoldo. Em 1945, o Parlamento concordou em deixar Leopoldo fora do poder. A Bélgica voltou a recuperar sua anterior posição entre as grandes nações mercantis do mundo.

Em 1950, foi convocado um plebiscito sobre o retorno do rei Leopoldo. Após obter a resposta afirmativa de 57,6% dos votantes, vários conflitos ocorreram, organizados pela oposição. Leopoldo concordou então em passar o poder para seu filho, o príncipe Balduíno.

A Bélgica foi membro constituinte, em 1952, da Comunidade Européia do Carvão e do Aço e contribuiu para a fundação, em 1957, da Comunidade Econômica Européia (hoje União Européia).
Em 1960, a Bélgica proclamou a independência da colônia do Congo Belga (ex-Zaire, atual República Democrática do Congo). Em 1962, os administradores belgas da ONU, encarregados do território de Ruanda-Urundi, conseguiram a independência de Ruanda e Burundi.

A rivalidade entre flamengos e valões gerou freqüentes distúrbios durante a década de 1960, provocando a queda de vários governos nos anos seguintes. Na década de 1980, os social-cristãos formaram governos e, em 1989, o Parlamento aprovou um programa para transferir o poder às três regiões etnolingüísticas. A Bélgica ratificou o Tratado de Maastricht sobre a União Européia em 1992. Em maio de 1993, a Bélgica tornou-se um país federal. Quando o rei Balduíno morreu sem deixar descendentes, sucedeu-lhe seu irmão Alberto II, em 1993.


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