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Entrevista do Mês



  • poder

    [DATE]

    Câmara vai gastar R$ 10 mi para contratar agência de publicidade

    (MÁRCIO FALCÃO)

    DE BRASÍLIA

    31/03/201402h12

    A Câmara dos Deputados vai retomar a contratação de uma agência de publicidade para fazer propaganda institucional da Casa. Esse tipo de contrato havia sido suspenso pela instituição desde o escândalo do mensalão, revelado pela Folha em 2005.
    A medida faz parte de um pacote elaborado para melhorar a imagem da Casa que também inclui uma pesquisa de avaliação da atuação da instituição, além do monitoramento de redes sociais.
    O edital para a concorrência que vai escolher a agência deve ser lançado nas próximas semanas. O orçamento previsto é de R$ 10 milhões. A ideia é que sejam produzidas peças publicitárias mostrando o impacto de matérias aprovadas pelo 
    O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-?RN), em evento na sede da CNI
  • Edemir Pinto - Saímos da crise de 2008 com um Brasil que era o queridinho do mundo. O período do governo Lula foi fabuloso para o mercado de capitais. O Brasil tinha 0,3% de participação de pessoa física diretamente em Bolsa, e países vizinhos tinham 5%, 6%, 7%. Achávamos que íamos conseguir com facilidade.
    Mas o crescimento da economia decepcionou, e o aumento da renda per capita era fundamental para que os aplicadores reservassem parte dessa poupança para investir em ações.
    Mas a renda média continuou aumentando...
    Só que a renda per capita não tanto, e apostávamos muito no crescimento, para a Bolsa, das classes A e B, em que a renda cresceu menos. Nosso foco era priorizar esse segmento, que já tinha uma certa renda e, parte dele, uma visão de investimento em mercado de capitais.
    Mas, fora o crescimento que não veio no país, tivemos algumas ocorrências no mercado que atrapalharam a entrada da classe AB.
    Quais?
    Dos 600 mil investidores que estão na Bolsa, 60%, 70% têm ações da Petrobras. É um papel que serve de alavanca para outros. Muitos trabalhadores usaram o fundo de garantia para aplicar em Petrobras, por incentivo do próprio governo, o que foi ótimo para a Bolsa, pois trouxe para cá pessoas físicas.
    O que aconteceu com a Petrobras de 2010 até hoje é desanimador. O pequeno investidor que tem R$ 100 mil, R$ 200 mil investidos e vê esse patrimônio cair 50%, 60% fica completamente frustrado com o mercado de ações.
    A Petrobras acabou sendo um elo muito ruim para a atração da pessoa física.
    E agora, quando devem chegar aos 5 milhões?
    A meta era 2018. Mas passamos a ter que olhar ano a ano, e provavelmente vamos ter que rever essa data.
    O sr. está achando, então, que até 2018 a Petrobras sai do buraco?
    Não só a Petrobras, mas as outras questões do país se destravam todas.
    Porque o Brasil chegou a um fundo de poço em relação a confiança e credibilidade. Daqui é só recuperação.
    Na crise de 2008, sempre falávamos no fundo do poço dos outros países, mas não se sabia onde ele estava. Acha que chegamos mesmo ao fundo?
    Sim. Veja o que aconteceu com a nota de risco do Brasil. O mercado, que se antecipa muito, já tinha embutido nos preços o rebaixamento.
    Então, o fundo do poço realmente já veio: essa precificação do rebaixamento da nota era o pior que poderia acontecer, principalmente para o mercado de capitais, já que hoje ele depende muito do grande investidor, que tem de seguir regras --e uma delas é o grau de investimento dos países [chancela de bom pagador]. No passado, eles eram 20% do volume da Bolsa. Hoje, são 56%.
    Há uma avaliação de que os investidores estrangeiros sentem falta de mais clareza sobre a política do governo. Concorda?
    Sim. E é aí que são esperadas atitudes mais claras.
    Uma parte das medidas do governo para controlar a inflação é segurar preços administrados: tarifas de luz, valor do combustível. O sr. vê nos estrangeiros uma preocupação com essa intervenção?
    Nenhuma intervenção é bem-vista. Agora, intervenção em companhia listada em Bolsa, das quais o governo não é o único dono, é mais complicado, incompreensível até.
    A pessoa física que está na Bolsa olha não tanto a valorização da ação em si, mas os dividendos [parte do lucro distribuída aos acionistas].
    O setor elétrico era a coqueluche do mercado, com muitos investidores pessoas físicas. E o que aconteceu? Uma mudança radical.
    Outra coisa que dificultou a vinda das pessoas físicas foi o baixo nível de IPOs [lançamentos de ações, na sigla em inglês]. Houve três grandes operações nos últimos anos: a megacapitalização da Petrobras em outubro de 2010, a do Santander e a da BB Seguridade, em 2013.
    No cenário atual, imaginar uma retomada dos lançamentos de ações fica difícil, não?
    2014 está difícil, não só pelo contexto de que falamos, mas, principalmente, por ser ano de eleição e Copa do Mundo. Não pela Copa em si, mas pelos feriados.
    As empresas também estão mais retraídas? Até que ponto elas vislumbrariam uma possibilidade, mesmo sem Copa e feriados, de se aproveitar do mercado de capitais?
    Esse clima de [falta de] confiança que se instalou não foi só com o investidor estrangeiro, mas também com o empresariado brasileiro. Não é por outra razão que o governo tem realizado reuniões para se aproximar do empresariado.
    Porque o Brasil tem um potencial extraordinário em todos os segmentos. É um rastro de pólvora: mudando as expectativas, reage imediatamente. O investidor já havia se antecipado ao rebaixamento da nota. Na virada de mercado positiva, ele também vai querer se antecipar, para comprar na bacia das almas.
    O governo está se aproximando do empresariado para que a confiança se restabeleça. Um exemplo são os leilões de concessão: mudou de posição quando percebeu que não havia muitos interessados. Teve que remodelar os editais e houve boa saída.
    O que traria a retomada de confiança do empresário para os lançamentos de ações?
    Não há uma bala de prata, mas há um ponto importante: a previsibilidade dada pelo governo, em questões fiscais principalmente, no médio e no longo prazos.
    As questões de infraestrutura e investimento já estão sendo tratadas, mas falta essa previsibilidade. Porque, quando se faz um investimento, não se toma a decisão hoje e começa a fazer amanhã. Toma-se a decisão hoje para o ano que vem.
    Estamos falando mais de segurança jurídica ou de política econômica?
    Incorpora tudo, mas é mais o olhar do governo em relação a questões fiscais e de inflação. Mais previsibilidade sobre o rumo da economia.
    Se voltarmos a 2002, na eleição do Lula, era um caos no mercado, por causa da instabilidade instaurada. Depois que Lula assumiu, ele deu uma previsibilidade. Tinha uma tripulação adequada e o Brasil cresceu espetacularmente em um período importante para o desenvolvimento das empresas, da Bolsa, do mercado. É algo que se espera, porque o potencial está aí.
    Com a eleição, está se anunciando um período de altíssima instabilidade dos preços, especificamente na Bolsa?
    O mercado brasileiro tem mais volatilidade que outros por ter potencial de liquidez [resgate dos recursos investidos] extraordinário. De fato, em ano de eleição, fica mais sujeito a essa condição.
    A eleição não muda o cenário que o senhor traçou, de recuperação irreversível?
    O país está em uma situação em que não tem mais volta, como um Boeing na pista em alta velocidade. Não tem jeito de parar esse Boeing.
    Independentemente de quem for o piloto, ele decola?
    Sim. O piloto, logicamente, tem que contar com copiloto e toda uma tripulação que dê equilíbrio. Seja na reeleição da Dilma, seja com outro governo, o país está pronto para esse crescimento.
    Fale com a Redação - novasplataformas@grupofolha.com.br
    FOLHA DE S.PAULO 201
    4
  • mercado

    Investir em Petrobras é mirar longo prazo

    ANDERSON FIGO

    DE SÃO PAULO

    31/03/201404h07

    No centro da polêmica sobre a compra de uma refinaria nos EUA, a Petrobras é cada vez mais vista como um investimento para quem pode esperar retorno no longo prazo (mínimo cinco anos).
    As ações mais negociadas da estatal recuaram 15% em 12 meses até a última sexta-feira, para R$ 15,66. Mas os papéis chegaram a valer R$ 12,57 em meados deste mês, o menor patamar desde 2005.
    O quadro ao lado mostra que quem investiu R$ 5.000 nas ações mais negociadas da Petrobras em 12 meses até 26 de março viu o capital diminuir para R$ 3.940.
    Editoria de Arte/Folhapress
    Os cálculos consideram os dividendos (parte do lucro distribuída aos acionistas). A inflação do período, de 5,68%, não foi descontada.
    Também houve redução dos valores nos fundos que aplicam recursos do FGTS na Petrobras. Se o investidor tivesse deixado a mesma quantia parada no FGTS, o valor teria subido para R$ 5.169.
    O FGTS rende 3% ao ano mais TR (Taxa Referencial). O mesmo raciocínio se aplica para investimentos na Vale.
    Como o dinheiro resgatado desses fundos específicos volta diretamente para o saldo do FGTS, que rende menos que a inflação, consultores recomendam a quem aplica nesses produtos que mantenha os investimentos com foco no longo prazo.
    ALÍVIO PONTUAL
    As ações da Petrobras tiveram um alívio nas últimas duas semanas, subindo 22,5%. Mas o movimento, dizem analistas, é pontual.
    "Reflete a perspectiva de que, caso um novo governo seja eleito em outubro, as estatais seriam menos utilizadas como instrumento político", diz Filipe Machado, analista da Geral Investimentos.
    A tese ganhou força na semana passada, quando pesquisa mostrou piora na avaliação da presidente Dilma e as ações da estatal subiram.
    Mas a petroleira não escapou de ter sua nota de risco reduzida pela agência Standard & Poor's, após o rebaixamento dos títulos do governo brasileiro --ambos, porém, mantêm o chamado "grau de investimento", que é uma espécie de selo de bom pagador.
    Para Luana Helsinger, analista do GBM (Grupo Bursátil Mexicano), o cenário para a Petrobras é nebuloso. "Ela deve ampliar a produção, o que é bom. O problema é que o consumo de combustíveis também sobe e, enquanto não houver reajuste nos preços, ela vai continuar sofrendo."
    Por política do governo, para não aumentar a pressão sobre a inflação, a Petrobras importa derivados de petróleo a valores maiores que os de venda no Brasil.
    Mesmo assim, consultores afirmam que sacar o dinheiro de fundos FGTS de Petrobras e Vale só compensa para quem vai se aposentar em até três anos ou estará apto em breve para usar os recursos do FGTS de outra forma, como para adquirir imóvel.
    "Petrobras e Vale costumam pagar bons dividendos, o que encorpa a remuneração do investidor no longo prazo", diz Mauro Calil, consultor em finanças pessoais.
    Fale com a Redação - novasplataformas@grupofolha.com.br
    FOLHA DE S.PAULO 2014
  • poder

    Câmara vai gastar R$ 10 mi para contratar agência de publicidade

    (MÁRCIO FALCÃO)

    DE BRASÍLIA

    31/03/201402h12

    A Câmara dos Deputados vai retomar a contratação de uma agência de publicidade para fazer propaganda institucional da Casa. Esse tipo de contrato havia sido suspenso pela instituição desde o escândalo do mensalão, revelado pela Folha em 2005.
    A medida faz parte de um pacote elaborado para melhorar a imagem da Casa que também inclui uma pesquisa de avaliação da atuação da instituição, além do monitoramento de redes sociais.
    O edital para a concorrência que vai escolher a agência deve ser lançado nas próximas semanas. O orçamento previsto é de R$ 10 milhões. A ideia é que sejam produzidas peças publicitárias mostrando o impacto de matérias aprovadas pelo Congresso.
    Beto Barata - 25.mar.2014/Folhapress
    O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-?RN), em evento na sede da CNI
    O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-?RN), em evento na sede da CNI
    Como serão várias as etapas do processo de licitação, a expectativa é que a nova agência só comece a atuar a partir de 2015.
    A contratação de agência de publicidade pela Câmara foi uma das polêmicas do julgamento do mensalão no STF (Supremo Tribunal Federal).
    Em 2012, a corte confirmou que o ex-presidente da Casa João Paulo Cunha (PT-SP) favoreceu a agência do operador do esquema, Marcos Valério Fernandes de Souza, para ganhar contratos e, em troca, recebeu R$ 50 mil.
    O petista, condenado por corrupção e desvio de recursos públicos, esté preso no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília.
    Em outra frente, a Câmara já realizou uma disputa para contratar um instituto de pesquisa de opinião pública para consultas sobre grandes temas em debate na Casa, além da imagem da instituição e atuação política. Não haverá avaliação individual de parlamentares.
    Três institutos apresentaram propostas que ainda serão avaliadas pelo corpo técnico para a definição da vencedora. A pesquisa deve custar aos cofres da instituição cerca de R$ 500 mil.
    PROTESTOS DE JUNHO
    Outro serviço contratado pelos deputados prevê uma análise sobre como a Câmara é abordada nas redes sociais, verificando eventuais reclamações, ataques e elogios.
    As três ações fazem parte da estratégia dos congressistas para melhorar a imagem do Legislativo. Desde os protestos de junho de 2013, em que políticos foram criticados pela população, os deputados tentam dar mais visibilidade para a relevância das propostas aprovadas por eles.
    O comando do Congresso recorreu a pronunciamentos, em cadeia nacional de rádio e televisão, para destacar uma agenda positiva em resposta às demandas das manifestações.
    Fale com a Redação - novasplataformas@grupofolha.com.br
    FOLHA DE S.PAULO 2014

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