Pular para o conteúdo principal

Hinduísmo


1 INTRODUÇÃO
Hinduísmo, religião originária da Índia e praticada pela maioria de seus habitantes até os dias atuais. O hinduísmo é uma das maiores e mais importantes religiões do mundo, não somente pelo seu número de adeptos (estimados em mais de 700 milhões) mas, também, pela influência que, ao longo da história, tem exercido sobre muitas outras religiões. Inciadas em torno de 1500 a.C, as leis do hinduísmo definem-se mais pelas ações das pessoas do que por seus pensamentos. Em conseqüência, entre os hindus encontra-se maior uniformidade nas ações do que nas crenças. Muitos hindus veneram Shiva, Vishnu ou a Deusa Devi, além de centenas de outras divindades menores. Existem práticas que são observadas por quase todos, entre elas, reverenciar a brâmane (casta) e as vacas (consideradas animais sagrados), a proibição de comer carne, casar-se somente com um membro da mesma casta (jati) na esperança de ter um filho homem.
2 TEXTOS
Para todos os hindus a suprema autoridade são os quatro Vedas. O mais antigo é o Rig-Veda, escrito em sânscrito arcaico entre 1300 e 1000 a.C. Ao Rig-Veda foram agregados outros dois: o Yajur-Veda (livro do sacrifício) e o Sama-Veda, de hinos. Um quarto livro, o Atharva-Veda, uma coleção de palavras mágicas, foi incluído em torno de 900 a.C. Nesta mesma época, também foram escritos os Brahmanas e, no início de 600 a.C., os Upanishad. As duas obras épicas sânscritas mais importantes são o Mahabharata e o Ramayana. No primeiro, relata-se a guerra entre os irmãos Pândavas liderados por seu primo Krishna (deus) contra os também primos Káuravas. O segundo conta a viagem feita por Rama para resgatar sua esposa Sita.
3 FILOSOFIA
Os hindus acreditam que o universo é uma grande esfera dentro da qual existem céus concêntricos, infernos, oceanos, continentes e que a Índia é o centro desta esfera. A vida humana é cíclica: depois de morrer, a alma deixa o corpo e renasce em outra pessoa, animal, vegetal ou mineral. A qualidade da reencarnação vem determinada pelo carma.
Os hindus dividem-se em dois grupos: os que buscam as recompensas sagradas e profanas (saúde, dinheiro, filhos e uma boa reencarnação) e aqueles que procuram se libertar deste mundo. Muitos esforços foram feitos para conciliar estas duas correntes.
4 CULTO E RITUAIS
Em cerimônias públicas e particulares, todos os deuses são adorados. Devido às bases sociais do hinduísmo, as festas mais importantes são as dos rituais de passagem: nascimento e primeiro alimento sólido, matrimônio, benção para as grávidas, morte e oferendas anuais aos antepassados mortos.
Dentro do ritual diário dos hindus são feitas oferendas (puja) de frutas e flores perante um altar dentro de casa. Muitos povoados e cidades possuem templos, muitas vezes considerados centros culturais, onde os sacerdotes celebram cultos durante o dia. Existem milhares de templos locais que se resumem numa pequena construção de pedra. Além disto, a Índia conta com inúmeros templos grandes e, até mesmo, algumas cidades-templo. Vários lugares sagrados ou santuários — como o de Rishikesh, no Himalaia, ou o de Benares, no Ganges — são objeto de peregrinação de fiéis de todas as regiões da Índia.
5 HISTÓRIA
As crenças e práticas religiosas básicas do hinduísmo não são compreendidas fora de seu contexto histórico. Apesar de ser impossível situar os primeiros textos e eventos, traça-se seu desenvolvimento cronológico com muita clareza.
No vale do rio Indo cresceu, em torno de 2000 a.C., uma próspera civilização. Em 1500 a.C., quando as tribos arianas invadiram a Índia, esta civilização entrou em decadência. Ver também Civilização do vale do Indo.
Ao se fixarem no Punjab, os arianos traziam seu panteão de divindades indo-européias. Os deuses do panteão védico sobreviveram no hinduísmo tardio, mas já não eram objetos de culto. Em 900 a.C., os arianos ocuparam o rico vale do rio Ganges, onde desenvolveram uma civilização e um sistema social sofisticado. Durante o século VI a.C., o budismo começou a infiltrar-se na Índia e, ao longo do milênio, interagiu com o hinduísmo.
Aproximadamente entre 200 a.C. e 500 d.C., a Índia foi invadida por grupos provenientes do norte e iniciou-se um período de mudanças e definições para o hinduísmo. Durante esta época foram concluídas as obras épicas Dharmashastras e Dharmasutras. No império Gupta (entre 320 e 480 d.C.), quando grande parte do norte da Índia esteve subjugada a um único poder, o hinduísmo clássico encontrou sua máxima expressão: codificaram-se as leis sagradas, iniciou-se a construção dos grandes templos e preservaram-se os mitos e rituais nos Puranas. Durante o período seguinte ao da dinastia Gupta, surgiu um hinduísmo menos rígido e mais eclético, formado por seitas dissidentes. Muitas das seitas surgidas entre 800 e 1800 são movimentos que ainda perduram na Índia.
Durante o século XIX realizaram-se importantes reformas sob o auspício de Ramakrishna, Vivekananda e das seitas de Arya Samaj e de Brahmo Samaj. Estes movimentos procuraram conciliar o hinduísmo tradicional com as reformas sociais e políticas. Do mesmo modo, os líderes nacionalistas Sri Aurobindo Ghose e Mahatma Gandhi procuraram extrair do hinduísmo todos os elementos que melhor servissem para enfatizar seus propósitos políticos e sociais.
Atualmente, muitos autoproclamados mestres dos ensinamentos religiosos da Índia emigraram para a Europa e Estados Unidos. O hinduísmo — religião que ajudou a Índia a se sustentar por séculos, apesar da invasão estrangeira e dos problemas internos — continua a desempenhar importante função, proporcionando significado às vidas dos hindus de hoje.

Comentários

Postagens Mais Lidas

literatura Canadense

Em seus primórdios, a literatura canadense, em inglês e em francês, buscou narrar a luta dos colonizadores em uma região inóspita. Ao longo do século XX, a industrialização do país e a evolução da sociedade canadense levaram ao aparecimento de uma literatura mais ligada às grandes correntes internacionais. Literatura em língua inglesa. As primeiras obras literárias produzidas no Canadá foram os relatos de exploradores, viajantes e oficiais britânicos, que registravam em cartas, diários e documentos suas impressões sobre as terras da região da Nova Escócia. Frances Brooke, esposa de um capelão, escreveu o primeiro romance em inglês cuja ação transcorre no Canadá, History of Emily Montague (1769). As difíceis condições de vida e a decepção dos colonizadores com um ambiente inóspito, frio e selvagem foram descritas por Susanna Strickland Moodie em Roughing It in the Bush (1852; Dura vida no mato). John Richardson combinou história e romance de aventura em Wacousta (1832), inspirada na re

Papel de Parede 4K

Chave de Ativação do Nero 8

1K22-0867-0795-66M4-5754-6929-64KM 4C01-K0A2-98M1-25M9-KC67-E276-63K5 EC06-206A-99K5-2527-940M-3227-K7XK 9C00-E0A2-98K1-294K-06XC-MX2C-X988 4C04-5032-9953-2A16-09E3-KC8M-5C80 EC05-E087-9964-2703-05E2-88XA-51EE Elas devem ser inseridas da seguinte maneira: 1 Abra o control center (Inicial/Programas/Nero 8/Nero Toolkit/Nero controlcenter) nunca deixe ele atualizar nada!  2 Clic em: Licença  3 Clica na licença que já esta lá dentro e em remover  4 Clica em adcionar  5 Copie e cole a primeira licença que postei acima e repita com as outras 5

Como funciona o pensamento conceitual

O pensamento conceitual ou lógico opera de maneira diferente e mesmo oposta à do pensamento mítico. A primeira e fundamental diferença está no fato de que enquanto o pensamento mítico opera por bricolage (associação dos fragmentos heterogêneos), o pensamento conceitual opera por método (procedimento lógico para a articulação racional entre elementos homogêneos). Dessa diferença resultam outras: • um conceito ou uma idéia não é uma imagem nem um símbolo, mas uma descrição e uma explicação da essência ou natureza própria de um ser, referindo-se a esse ser e somente a ele; • um conceito ou uma idéia não são substitutos para as coisas, mas a compreensão intelectual delas; • um conceito ou uma idéia não são formas de participação ou de relação de nosso espírito em outra realidade, mas são resultado de uma análise ou de uma síntese dos dados da realidade ou do próprio pensamento; • um juízo e um raciocínio não permanecem no nível da experiência, nem organizam a experiência nela mesma, mas, p

Wallpaper 4K (3000x2000)

Inteligência & Linguagem

Não somos dotados apenas de inteligência prática ou instrumental, mas também de inteligência teórica e abstrata. Pensamos. O exercício da inteligência como pensamento é inseparável da linguagem, como já vimos, pois a linguagem é o que nos permite estabelecer relações, concebê-las e compreendê-las. Graças às significações escada e rede, a criança pode pensar nesses objetos e fabricá-los. A linguagem articula percepções e memórias, percepções e imaginações, oferecendo ao pensamento um fluxo temporal que conserva e interliga as idéias. O psicólogo Piaget, estudando a gênese da inteligência nas crianças, mostrou como a aquisição da linguagem e a do pensamento caminham juntas. Assim, por exemplo, uma criança de quatro anos ainda não é capaz de pensar relações reversíveis ou recíprocas porque não domina a linguagem desse tipo de relações. Se se perguntar a ela: "Você tem um irmão?", ela responderá: "Sim". Se continuarmos a perguntar: "Quem é o seu irmão?", ela r