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Calamidade econômica americana vaticinada em 1857


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Escrito por Jeffrey Nyquist | 19 Junho 2013
Artigos – Cultura
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Eis o processo psicológico operante em todas as revoluções comunistas. O movimento do oprimido contra o rico torna-se um surto patológico que desencadeia consequências terríveis.
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Como salientou Jung, “basta um pequeno distúrbio do equilíbrio na cabeça de alguns chefes para que o mundo se transforme em sangue, fogo e radioatividade.”
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O grande historiador britânico, Lord Macaulay, previu a futura derrocada da economia americana em uma carta escrita em maio de 1857. A previsão de Macaulay foi baseada na análise que ele fez das instituições americanas. Discutindo a vida de Thomas Jefferson com um autor americano, Macaulay escreveu: “Estás surpreso em saber que eu não tenho o Sr. Jefferson em alta estima; Estou surpreso com a sua surpresa. Estou certo de jamais ter escrito [...] ou proferido uma palavra sugerindo que a suprema autoridade de um estado deva ser confiada à maioria numeral dos cidadãos; em outras palavras, a parte mais ignorante e miserável da sociedade.”
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De acordo com Macaulay, os Estados Unidos estavam se tornando cada vez mais democráticos ao longo do século XIX. E essa tendência, segundo ele, era perigosa à liberdade e ao bem estar econômico do país. Conforme Macaulay explicou, “Há muito estou convencido de que as instituições puramente democráticas deverão, cedo ou tarde, destruir a liberdade ou a civilização, ou mesmo ambas.”
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Macaulay destacou a Revolução Francesa e a tendência que os movimentos democráticos têm a despojar os ricos. “Você pode pensar que seu país desfruta isenção desses males”, escreveu Macaulay ao seu correspondente americano. “Serei franco em dizer a você que eu tenho uma opinião bem diferente. Acredito que o destino de vocês está certo, embora ele possa ser adiado por uma causa material. Enquanto vocês tiverem uma extensão ilimitada de terra fértil e desocupada, a população trabalhadora estará bem mais mansa que a população trabalhadora do Velho Mundo e, enquanto continuar assim, as políticas de Jefferson poderão continuar a existir sem causar qualquer calamidade fatal.”
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Eventualmente, é claro, os Estados Unidos encher-se-ão de pessoas. Isso fará com que ele perca suas vantagens econômicas. “Virá um tempo”, comenta Macaulay, “em que a Nova Inglaterra será tão populosa quanto a velha Inglaterra. Os salários serão igualmente baixos e flutuarão tanto quanto os nossos.” A América então será urbanizada, com uma vasta população de “artesãos”. Então essa grande quantidade de artesãos eventualmente se verão desempregados. “Então suas instituições passarão por um considerável teste”, escreveu Macaulay. “A aflição generalizada trará motins e descontentamento entre os trabalhadores, de modo que eles ficarão extremamente ansiosos e suscetíveis a agitadores que os dizem ser uma monstruosa iniquidade um homem ter um milhão enquanto o outro não pode sequer ter uma refeição.”
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Com o supremo poder nas mãos da multidão descontente, que tipo de governo eles estão dispostos a eleger? Um governo comprometido com a “segurança das propriedades e manutenção da ordem”? Ou seria um governo que passa por tempos difíceis roubando os ricos para “aliviar os pobres”? Para Macaulay, a inclinação jeffersoniana dos Estados Unidos resultará na destruição da propriedade e na pilhagem das classes abastadas. “Está claro que seu governo jamais será capaz de conter uma maioria aflita e descontente. Pois, como a maioria é o governo e os ricos são sempre a minoria, estes sempre ficarão à mercê daqueles.”
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Como podemos constatar nos dias de hoje, todas as instâncias governamentais dos EUA estão preocupadas em abrandar a angústia dos pobres e desempregados, além de também vermos que isso acontece por meio da tributação dos ricos e com o aumento das suas próprias dívidas. Atualmente, os Estados Unidos tem o sistema de cobrança de impostos mais progressivo dentre os países desenvolvidos,com os ricos pagando mais da metade do que ganham emimpostos. Quanto ao aumento da dívida, a dívida pública bruta dos Estados Unidos ultrapassa os 160% do PIB; e esse cenário representa necessariamente o futuro despojo dos ricos por meio de inflação e futuras taxas.
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O processo ao qual Macaulay escreveu, portanto, está bem encaminhado. “Eu penso seriamente que vocês irão, em alguma época de adversidade conforme eu descrevi, fazer coisas que impedirão o retorno da prosperidade”, escreveu Macaulay para o seu correspondente americano; “que vocês agirão como pessoas que, em um ano de escassez, devorarão todas as sementes de milho, sendo que farão do ano seguinte não um ano de escassez, mas de absoluta fome. Haverá então, temo eu, espoliação. Essa espoliação aumentará a angústia, e a angústia produzirá mais espoliação. Não há nada que poderá impedi-los. Sua constituição terá ido embora há muito e nada poderá trazê-la de volta”. Conforme a derrocada avança, ele acrescentou que “Ou algum César ou Napoleão tomará com pulso firme as rédeas do governo ou sua república será tão pavorosamente pilhada e avassalada pelos bárbaros quanto foi o Império Romano…”
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Nos dias de hoje os bárbaros não são representados por tribos externas. Os bárbaros são um problema interno. Na obra Presente e Futuro, o psiquiatra Carl Jung escreveu: “A separação de sua natureza instintiva leva o homem civilizado ao conflito inevitável entre consciência e inconsciente, entre espírito e natureza, fé e saber, ou seja, à cisão de sua própria natureza que, num dado momento, se toma patológica, uma vez que a consciência não é mais capaz de negligenciar ou reprimir a natureza instintiva.” Como Jung explicou mais adiante, “O aumento do número de indivíduos que chegaram a esse estado crítico coloca em ação um movimento de massas que se apresenta como defensor dos oprimidos. Assim como a tendência predominante da consciência é procurar a fonte de todas as suas necessidades no mundo exterior, pressupõe-se acriticamente que as modificações externas, de ordem política e social, hão de solucionar os graves problemas da cisão da personalidade.” E o que acontece logo em seguida, segundo Jung? “O que está embaixo [na sociedade] vai para cima, a escuridão ocupa o lugar da luz…”
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Eis o processo psicológico operante em todas as revoluções comunistas. O movimento do oprimido contra o rico torna-se um surto patológico que desencadeia consequências terríveis. Uma classe política criminosa ganha posição de vantagem; A pilhagem se instala em escala sem precedentes. “A revolução comunista tirou a dignidade do homem numa escala bem superior do que a psicologia coletiva democrática o fez, pois retirou dele a liberdade tanto no sentido social como moral e espiritual”, escreveu Jung. Não é apenas a economia que é destruída, mas toda espécie humana se afunda na imoralidade. Esse aviltamento, disse Jung, poderia trazer mais que colapso econômico. Como salientou Jung, “basta um pequeno distúrbio do equilíbrio na cabeça de alguns chefes para que o mundo se transforme em sangue, fogo e radioatividade.”
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Parece perfeitamente claro que atualmente estamos rumo à espoliação como descrito por Macaulay. Já estamos agindo como pessoas que respondem à escassez devorando nossas sementes, “sendo que o ano seguinte não será um ano de escassez, mas de absoluta fome.” E como explicou Jung, a aviltação que se segue não é meramente econômica, mas também espiritual. Estamos vendo todos os sinais a nossa volta. Vemos a situação política se desenvolvendo rapidamente. O que Macaulay escreveu se adequa perfeitamente aos dias de hoje, especialmente enquanto vemos sua predição se desenrolar perante os nossos olhos.

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