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Estruturalismo

Corrente de pensamento que adota a estrutura (um conjunto de elementos relacionados entre si e com o todo) como conceito teórico e metodológico essencial. O estruturalismo começa no início do século XX com o trabalho do lingüista suíço Ferdinand de Saussure (1857-1913), que caracteriza a linguagem como uma estrutura auto-suficiente, formada por elementos cuja existência e o valor resultam da sua disposição nos textos ou na fala. Mais tarde torna-se uma das principais correntes das ciências humanas.


Na filosofia, o estruturalismo não chega a ser uma escola com contornos definidos, mas teve grande difusão por levar à compreensão do conjunto dos fatos de forma mais abrangente. A idéia espalhou-se como modelo de pensamento especialmente na França.


Os estruturalistas não costumam limitar-se aos mesmos esquemas abstratos: importa a maneira particular como cada contexto estudado se organiza e como as estruturas são percebidas por dentro. Michel Foucault (1926-1984), por exemplo, em muitas ocasiões foi considerado estruturalista, embora ele mesmo o negasse. Nesses esquemas - que
algumas vezes tendem para uma forma matemática, mas geralmente têm mais semelhança com as estruturas da linguagem -, o fundamental é a idéia de que o objeto de estudo é um conjunto organizado de elementos, com forte sentido de unidade nessa organização.


Nas décadas de 50 e 60, a idéia de estrutura ganhou grande importância nas ciências humanas, especialmente a partir da antropologia de Claude Lévi-Strauss. Para ele, o conjunto das relações em uma sociedade incide de algum modo sobre cada um de seus membros. Assim, o antropólogo que quisesse estudá-la deveria viver um tempo como um de seus membros para poder percebê-la de dentro. Mas, ao mesmo tempo, deveria imaginar-se de fora e construir um esquema abstrato de como essas relações se organizavam - que representaria a estrutura da sociedade. Em psicologia, a Teoria da Gestalt costuma ser chamada também de estruturalista por conceber as percepções em cada momento como um todo organizado (ou estruturado), que deve ser representado de maneira que facilite sua compreensão.


Na história, os estruturalistas não se interessam por grandes fatos nem pelo seu processo de desenvolvimento no tempo (como, por exemplo, a dialética materialista). Consideram mais importante a estrutura particular de cada contexto histórico, que, dependendo do pesquisador, pode ou não se aproximar das infra-estruturas econômicas e
superestruturas culturais com que o marxismo trabalha. A tendência é pensar que as mudanças históricas ocorrem como deslocamento de uma estrutura para outra, como se uma nova estrutura começasse a ser estabelecida enquanto a anterior se fosse desmantelando.

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