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“Os mortos continuavam confabulando em voz carregada e compacta e essas inúmeras vozes se mesclavam dificultando a sua
capacitação. Vez por outra, todos se calavam na quietude e logo retornava a algazarra. Esta se intensificava numa lentidão irritante, se
retraía e novamente voltava a quietude. Um dos corpos girava sobre si com vagar e de ombros mergulhava na profundeza
do líquido. Por um instante, apenas seu braço enrijecido ficava exposto sobre a superfície e o corpo retornava calmamente à tona.
Eu e a estudante descemos com o supervisor da sala de anatomia ao subsolo do grande auditório da Faculdade de Medicina, através
de uma escura escadaria. As solas umedecidas dos sapatos escorregavam nos frisos de metal já gastos da escadaria e toda vez que
isso ocorria, a estudante emitia breves exclamações.”
Em seus primórdios, a literatura canadense, em inglês e em francês, buscou narrar a luta dos colonizadores em uma região inóspita. Ao longo do século XX, a industrialização do país e a evolução da sociedade canadense levaram ao aparecimento de uma literatura mais ligada às grandes correntes internacionais. Literatura em língua inglesa. As primeiras obras literárias produzidas no Canadá foram os relatos de exploradores, viajantes e oficiais britânicos, que registravam em cartas, diários e documentos suas impressões sobre as terras da região da Nova Escócia. Frances Brooke, esposa de um capelão, escreveu o primeiro romance em inglês cuja ação transcorre no Canadá, History of Emily Montague (1769). As difíceis condições de vida e a decepção dos colonizadores com um ambiente inóspito, frio e selvagem foram descritas por Susanna Strickland Moodie em Roughing It in the Bush (1852; Dura vida no mato). John Richardson combinou história e romance de aventura em Wacousta (1832), inspirada na re
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