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Células-tronco

Nos próximos anos, o estudo das células-tronco deve permitir avanços importantes para a medicina. Elas formam o embrião logo
após a fertilização, quando ainda não existem pele, braços ou órgãos. Com o tempo elas se dividem em categorias diferentes – no
ser humano, são 210 variedades  essenciais para a criação e o funcionamento de tudo o que existe no corpo. Por essa capacidade
de dar origem a diferentes estruturas orgânicas, os pesquisadores tentam descobrir se as células-tronco tornarão possível a criação
de órgãos em laboratório.

A idéia é encontrar formas de controlar artificialmente seu desenvolvimento para produzir uma parte qualquer do organismo, seja um rim, uma região do cérebro ou certa quantidade de sangue. Essas partes novas substituiriam tecidos doentes ou danificados.
Existem estudos visando a retirada de células-tronco do paciente adulto evitando-se assim o risco de rejeição no transplante. A
utilização de células-tronco do cordão umbilical humano já é uma alternativa viável ao uso de células retiradas da medula óssea no
caso de tratamento de doenças do sangue, como leucemia. Por isso, aumentam os bancos públicos com esse tipo de sangue.

No mundo todo, o uso das células-tronco embrionárias, que comprovadamente podem se transformar em qualquer tecido do
organismo humano com exceção da placenta, ainda é controverso  isso porque, para obtê-las, é preciso destruir um embrião.
Entretanto, alguns testes com células-tronco adultas, retiradas da medula óssea, sugerem que elas poderiam ser quase tão
versáteis quanto suas contrapartes embrionárias. Em 2002, pesquisadores da Universidade de Minnesota, nos EUA, conseguiram
fazer com que células-tronco adultas de camundongos se transformassem em células musculares, hepáticas (do fígado), ósseas e neurônios. Em 2003, a grande novidade foi a produção de óvulos de camundongo a partir de células-tronco embrionárias e fora do corpo da fêmea. Elas foram cultivadas pelo americano Hans Schöler da Universidade da Pensilvânia.


Partenogênese - Uma outra linha de pesquisa visa obter células-tronco a partir da partenogênese, um tipo de reprodução
assexuada na qual uma fêmea gera filhotes a partir dos próprios óvulos, sem a contribuição do macho. Em fevereiro de 2002,
pesquisadores da Advanced Cell Technology, uma empresa de Massachusetts, conseguem que o óvulo de uma macaca se divida
por meio de um tratamento químico. Um dos pesquisadores, Jose Cibelli, agora na Michigan State University, procura transformar
células-tronco obtidas por partenogênese de primatas em células nervosas. Em maio de 2004, cientistas japoneses e coreanos
conseguem reproduzir uma fêmea de camundongo a partir de dois óvulos. Para isso, eles "apagaram" alguns genes de um dos
óvulos para que ele "parecesse" com o DNA paterno e pudesse ser combinado com o outro óvulo que permaneceu inalterado. O
objetivo de todas essas pesquisas, dizem os cientistas, não é produzir seres vivos em série, mas obter células-tronco por um
método que elimina a necessidade de embriões.

Pesquisa no Brasil - O Brasil inicia em 2004 um amplo estudo visando ao uso clínico de células-tronco retiradas da medula óssea
no tratamento de problemas cardíacos. O estudo terá três anos de duração e deve envolver 1,2 mil pacientes. O programa de
pesquisa clínica se aplica a pacientes com infarto agudo do miocárdio, cardiopatia dilatada, doença de Chagas e doenças
isquêmicas crônicas do coração. A pesquisa pioneira teve início em 2001, quando pesquisadores da Universidade Federal do Rio de
Janeiro (UFRJ) e do Hospital Pró-Cardíaco do Rio retiraram células-tronco da medula de 20 pacientes com problemas cardíacos
crônicos e quatro com infarto e as injetaram no músculo cardíaco. Todos apresentaram melhora no seu quadro clínico, inclusive
aqueles que estavam na fila de transplante. Depois disso, foram feitos estudos conjuntos da UFRJ e Fundação Oswaldo Cruz da
Bahia com portadores do mal de Chagas, que apresentam insuficiência cardíaca em conseqüência do inchaço no coração. A PUC do Paraná realiza experiências de reconstrução de tecido cardíaco mediante a combinação de células-tronco com células
musculares. Pesquisadores da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto utilizam células-tronco no tratamento de diabetes
tipo 1, lúpus e esclerose múltipla. A UFRJ também está utilizando essa técnica de forma experimental contra acidentes vasculares
cerebrais (AVC). Além disso, pesquisadores da USP conseguiram fazer com que células-tronco adultas extraídas da polpa de
dentes se transformassem em vários tipos de tecidos. Entre eles, osseoblastos, ou células ligadas à formação de ossos, células
musculares e até células nervosas.

Enquanto prosseguem os estudos com células-tronco adultas no Brasil, a utilização desse material proveniente de embriões
continua paralisada pelo impasse na aprovação do projeto de lei sobre biossegurança. O projeto aprovado pelo Senado permite a
pesquisa em células-tronco de embriões obtidos por fertilização in vitro desde que congelados há mais de três anos e com a
autorização expressa dos pais. Mas o projeto deve ser reanalisado pela Câmara porque sofreu modificações no Senado.e ainda não
foi aprovado.

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