Pular para o conteúdo principal

Literatura Portuguesa

 

Literatura Portuguesa é o conjunto de obras literárias escritas e publicadas em Portugal.

A poesia trovadoresca galaico-portuguesa, escrita na língua do noroeste da Espanha, surge no século XIII. Entre seus autores destacam-se Dionís, os sacerdotes Airas Nunes, Joan Airas de Santiago, João Garcia de Guilhade e o jogral (farsista) Martin Codax. O gêneros cultivados nesta época foram: cantigas de amor, cantigas de amigo e cantigas de escárnio. Foram conservadas mais de 2 mil canções, reunidas em três cancioneiros: da Ajuda, Vaticana e Colocci-Brancuti, além de um quarto livro de cantigas dedicadas à Virgem Maria pelo rei Afonso X, o Sábio. Nos séculos XIII e XIV aparece a prosa literária portuguesa nos livros de linhagens, além de crônicas e vidas de santos traduzidas do latim, assim como adaptações dos romances artúricos.

Nos finais do século XV o espírito do renascimento caracteriza a melhor poesia do Cancioneiro geral (1516) recopilada por Garcia de Resende, que engloba a obra de 300 poetas, quatro deles famosos: o mesmo Resende, Gil Vicente, Bernardim Ribeiro e Francisco de Sá de Miranda.

Na prosperidade humanista da idade de ouro portuguesa (1415-1580), os primeiros autores a se destacar foram António Ferreira e Jorge Ferreira de Vasconcelos. A prosa narrativa continuou sendo cultivando e desenvolveram-se os romances de cavalaria e os romances em prosa e verso com Fernão Álvares do Oriente, ou os contos morais de Gonçalo Fernandes Trancoso. No século XVI foram escritos muitos tratados morais e religiosos, obras de Heitor Pinto, Samuel Usquee o historiador Diogo do Couto.

Entre os historiadores que registraram o esplendor e ocaso do império português encontram-se, além de Diogo do Couto, Eanes de Azurara, João de Barros, Damião de Góis e Gaspar Correia, enquanto que Álvaro Velho e Pero Vaz de Caminha escreveram livros de viagens.

O escritor mais importante da literatura portuguesa foi Luís de Camões, autor do poema nacional Os Lusíadas (1572), obra que obscureceu a de outros autores como Diogo Bernardes, seu irmão Agostinho da Cruz e Francisco Rodrigues Lobo. Entre os autores barrocos posteriores encontram-se Manuel de Faira e Sousa, Francisco Manuel de Melo, António das Changas e António Vieira.

No século XVIII o espírito da Ilustração (ver Século das Luzes) manifesta-se na obra de António José da Silva; Francisco Xavier de Oliveira, o primeiro ensaísta português, e Manuel Maria Barbosa du Bocage.

O nacionalismo português surgiu no primeiro quarto do século XIX através dos romancistas João Baptista Almeida Garrett, autor de dramas históricos, e Alexandre Herculano.

Os preceitos neoclássicos estão presentes nos autores que podem ser considerados modelos do estilo português puro: o poeta cego António Feliciano de Castilho e seu discípulo Camilo Castelo Branco. Em 1865, um grupo de destacados estudantes universitários deslocou-se para Castilho em nome das "novas idéias": Antero Tarquínio de Quental; Teófilo Braga; Joaquim Oliveira Martins; Guerra Junqueiro, o poeta social mais importante, e o melhor escritor de ficção realista, José Maria Eça de Queirós.

Durante o último quarto do século XIX destacam-se os poetas simbolistas Camilo Pessanha, Eugénio de Castro e António Nobren. Entre os tradicionalistas cabe citar António Correia de Oliveira e o poeta português mais importante desde Almeida Garrett, Fernando Pessoa, que introduziu o modernismo. Outros autores da época foram Aquilino Ribeiro, autor de romances realistas; o poeta panteísta Texeira de Pascoaes; o poeta e historiador Jaime Cortesão; o ensaísta António Sérgio, inimigo dos mitos nacionalistas, e o dramaturgo e poeta Júlio Dantas.

No século XX, após o colapso da República em 1926, a luta pela liberdade intensificou-se na geração do poeta Miguel Torga, a narradora Irena Lisboa, Ferreira de Castro e José Rodrigues Miguéis, autor de romances psicológicos. A exagerada introspeção de José Régio e José Gaspar Simões se opôs o realismo social de Vergílio Ferreira e José Cardoso Pires.

O neorrealismo impulsionou a literatura dos territórios portugueses na África com a narrativa social e regional de Baltasar Lopes, Manuel Lopes, Castro Soromenho e Francisco José Tenreiro, que foi o primeiro escritor português a defender o orgullo da negritude africana numa poesia lírica cada vez mais comprometida.

Dentro da experiência surrealista e concretista destaca-se o poeta Jorge da Sena. Em menor medida que na poesia, os novos pontos de vista revitalizaram a narrativa portuguesa. Entre as escritoras portuguesas modernas encontram-se Agustina Bessa-Luis, Maria Isabel Barreno, Maria Teresa Horta e Maria Velho da Costa, além da poetisa Sofia de Melo Breyner Andresen.

Ainda que a escassa audiência teatral tenha relegado o drama moderno português a círculos de entusiastas, destaca-se o dramaturgo Bernardo Santareno.

Microsoft ® Encarta ® Encyclopedia 2002. © 1993-2001 Microsoft Corporation. Todos os direitos reservados.

Comentários

Postagens Mais Lidas

literatura Canadense

Em seus primórdios, a literatura canadense, em inglês e em francês, buscou narrar a luta dos colonizadores em uma região inóspita. Ao longo do século XX, a industrialização do país e a evolução da sociedade canadense levaram ao aparecimento de uma literatura mais ligada às grandes correntes internacionais. Literatura em língua inglesa. As primeiras obras literárias produzidas no Canadá foram os relatos de exploradores, viajantes e oficiais britânicos, que registravam em cartas, diários e documentos suas impressões sobre as terras da região da Nova Escócia. Frances Brooke, esposa de um capelão, escreveu o primeiro romance em inglês cuja ação transcorre no Canadá, History of Emily Montague (1769). As difíceis condições de vida e a decepção dos colonizadores com um ambiente inóspito, frio e selvagem foram descritas por Susanna Strickland Moodie em Roughing It in the Bush (1852; Dura vida no mato). John Richardson combinou história e romance de aventura em Wacousta (1832), inspirada na re

Papel de Parede 4K

Chave de Ativação do Nero 8

1K22-0867-0795-66M4-5754-6929-64KM 4C01-K0A2-98M1-25M9-KC67-E276-63K5 EC06-206A-99K5-2527-940M-3227-K7XK 9C00-E0A2-98K1-294K-06XC-MX2C-X988 4C04-5032-9953-2A16-09E3-KC8M-5C80 EC05-E087-9964-2703-05E2-88XA-51EE Elas devem ser inseridas da seguinte maneira: 1 Abra o control center (Inicial/Programas/Nero 8/Nero Toolkit/Nero controlcenter) nunca deixe ele atualizar nada!  2 Clic em: Licença  3 Clica na licença que já esta lá dentro e em remover  4 Clica em adcionar  5 Copie e cole a primeira licença que postei acima e repita com as outras 5

Como funciona o pensamento conceitual

O pensamento conceitual ou lógico opera de maneira diferente e mesmo oposta à do pensamento mítico. A primeira e fundamental diferença está no fato de que enquanto o pensamento mítico opera por bricolage (associação dos fragmentos heterogêneos), o pensamento conceitual opera por método (procedimento lógico para a articulação racional entre elementos homogêneos). Dessa diferença resultam outras: • um conceito ou uma idéia não é uma imagem nem um símbolo, mas uma descrição e uma explicação da essência ou natureza própria de um ser, referindo-se a esse ser e somente a ele; • um conceito ou uma idéia não são substitutos para as coisas, mas a compreensão intelectual delas; • um conceito ou uma idéia não são formas de participação ou de relação de nosso espírito em outra realidade, mas são resultado de uma análise ou de uma síntese dos dados da realidade ou do próprio pensamento; • um juízo e um raciocínio não permanecem no nível da experiência, nem organizam a experiência nela mesma, mas, p

Wallpaper 4K (3000x2000)

Inteligência & Linguagem

Não somos dotados apenas de inteligência prática ou instrumental, mas também de inteligência teórica e abstrata. Pensamos. O exercício da inteligência como pensamento é inseparável da linguagem, como já vimos, pois a linguagem é o que nos permite estabelecer relações, concebê-las e compreendê-las. Graças às significações escada e rede, a criança pode pensar nesses objetos e fabricá-los. A linguagem articula percepções e memórias, percepções e imaginações, oferecendo ao pensamento um fluxo temporal que conserva e interliga as idéias. O psicólogo Piaget, estudando a gênese da inteligência nas crianças, mostrou como a aquisição da linguagem e a do pensamento caminham juntas. Assim, por exemplo, uma criança de quatro anos ainda não é capaz de pensar relações reversíveis ou recíprocas porque não domina a linguagem desse tipo de relações. Se se perguntar a ela: "Você tem um irmão?", ela responderá: "Sim". Se continuarmos a perguntar: "Quem é o seu irmão?", ela r