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A PARANORMALIDADE EXISTE? - PARTE 3

O psicólogo brasileiro Wellington Zangari, coordenador de um grupo de estudos dos fenômenos psi associado à Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, também é cauteloso ao falar dos fenômenos psi. "Não sabemos o que é esse efeito. Podem até ser problemas metodológicos ou estatísticos desconhecidos. Mas, seja o que for, é preciso fazer mais pesquisa para descobrir", diz ele. "Virar as costas para um resultado inexplicável não vai fazê-lo desaparecer nem vai esclarecê-lo. Se há evidência da existência de algo inexplicável, é preciso estudar mais."

As evidências de que Zangari e Morris tanto falam são os resultados de pesquisas feitas em laboratório sobre os fenômenos psi. Mas não pense em cadeiras flutuando em laboratórios ou pessoas conversando telepaticamente como se estivessem falando por telefone. As evidências de fenômenos psi coletadas em laboratório são praticamente invisíveis e só podem ser detectadas em imensas séries de testes, depois que os pesquisadores examinam as estatísticas e eliminam a hipótese de que os eventos possam ter ocorrido por coincidência.

Se os resultados fogem do que seria esperado por acaso, o estudo é considerado significativo, ou seja, houve alguma anomalia. Por exemplo: em alguns testes, pede-se que uma pessoa adivinhe qual imagem, entre quatro possíveis, está sendo vista por outra pessoa. Se o experimento é bem-feito, se a pessoa não tem como saber qual é a imagem certa por nenhum meio normal, espera-se que ela acerte um quarto das tentativas que fizer. Se, ao final de um certo número de tentativas, ela acertar 35%, 40% ou 50% das tentativas, essa performance é considerada significativa. Ou seja, fugiu ao padrão que seria esperado.

A confiabilidade desse resultado depende do número de tentativas. Uma pessoa que fizesse uma única tentativa e acertasse em cheio, teria um índice de 100%. Mas isso não significaria nada. Por isso, os pesquisadores costumam comparar a média de acertos com o número de experiências feitas e calcular a chance de que isso acontecesse por acaso. Isso mede a consistência da pesquisa. Quanto maior o número de tentativas, mais consistente é seu resultado.

Em um ramo da ciência tão desacreditado quanto a parapsicologia, a consistência é fundamental para convencer as pessoas de que um efeito de fato existiu. Portanto, é preciso uma quantidade enorme de experiências. Mas isso custa caro e, em geral, os parapsicólogos não são agraciados com muitos financiamentos para pesquisa. Para contornar esse problema, eles utilizam uma ferramenta largamente conhecida pela ciência, chamada meta-análise, que serve para reunir vários estudos diferentes em um só, combinar seus resultados e tirar daí um resultado combinado para todos. A vantagem é que o efeito combinado é mais consistente.

A meta-análise é engenhosa, mas tem alguns defeitos. O primeiro é de credibilidade. A fonte de onde os pesquisadores coletam estudos para combinar são as publicações científicas. O problema é que, em geral, os estudos que não tiveram resultados significativos não chegam a ser publicados. Os resultados da meta-análise, portanto, tendem a ser superestimados.

Outro problema é que a meta-análise funciona como um jogo de futebol que nunca acaba. Se você examinar os primeiros dez minutos de jogo, o time verde ganhou. Aos 30 minutos, o time azul virou o placar. Aos 50, houve empate e, aos 120, o verde voltou à liderança. O que hoje pode ser um resultado significativo do efeito psi pode tornar-se acaso na próxima meta-análise. Pode ser que, neste momento, os resultados escolhidos para esta postagem estejam sendo suplantados por outros mais atualizados.

Bem, agora que o método científico está bastante explicado, é hora de ver como os fenômenos parapsicológicos ocorrem em laboratório.

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