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Como os grandes sábios podem nos ajudar a viver melhor - Final

Outro ensinamento crucial de Epiteto é que só devemos nos ocupar efetivamente daquilo que está sob nosso controle. Você cruza uma manhã com seu chefe no elevador e ele é efusivo. Você ganha o dia. Você o encontra de novo e ele é frio. Você fica arrasado. Daquela vez ele estava bem-humorado, daí o cumprimento caloroso, agora não. O estado de espírito de seu chefe não está sob seu controle. Você não deve nem se entusiasmar com tapas amáveis que ele dê em suas costas e nem se deprimir com um gesto de frieza. Você não pode entregar aos outros o comando de seu estado de espírito. "Não é aquele que lhe diz injúrias quem ultraja você, mas sim a opinião que você tem dele", disse Epiteto. Se você ignora quem o insulta, você lhe tira o poder de chateá-lo, seja no trânsito, seja na arquibancada de um estádio de futebol ou numa reunião corporativa. Não são exatamente os fatos que moldam nosso estado de espírito, pregou Epiteto, mas sim a maneira como os encaramos. "É digno de piedade quem depende dos outros", escreveu Montaigne. O poeta e pensador romano Horácio (65 a.C.-8 a.C.) disse coisa parecida: "Todas as minhas esperanças estão em mim". Conte com você. Não ponha nos outros sua felicidade. Isso é fundamental para a vida feliz.
Horácio, em suas obras, como tantos outros filósofos, recomendou às pessoas viver e desfrutar o dia de hoje, em vez de se inquietar com o futuro. "Para que tantos planos em tão curta vida?", escreveu ele. O sábio vive apenas o presente. Não planeja nada. Não se atormenta com o que pode acontecer amanhã. É, numa palavra, um imprevidente. Eis um conceito s comum a quase todas as escolas filosóficas: o descaso pelo dia seguinte. O futuro é fonte de desassossego permanente para a humanidade. Tememos perder o emprego. Tememos não ter dinheiro para pagar as contas. Tememos ficar doentes. Tememos morrer. Tememos ser abandonados por quem amamos. O medo do dia de amanhã impede que se desfrute o dia de hoje. "A imprevidência é uma das maiores marcas da sabedoria", escreveu Epicuro (341 a.C.-270 a.C.). Nascido em Atenas, Epicuro, como os filósofos cínicos, foi uma vítima da posteridade ignorante. Pregava e praticava a simplicidade, e no entanto seu nome ficou vinculado à busca frívola do prazer. Epicuro vivia basicamente de pão, favas e água e cunhou frases como "a quem pouco não basta, nada basta". O ponto de Epicuro, neste caso, é o controle das ambições e dos desejos. Quem se deixa levar pela ambição e pelos desejos jamais está feliz. Quanto mais tem, em bens materiais, mais quer. É dominado em tempo integral pela frustração.
Epicuro, numa sentença freqüentemente citada, disse que nunca é tarde demais e nem cedo demais para filosofar. Para refletir sobre a arte de viver bem, ele queria dizer. Para buscar a tranqüilidade da alma, sem a qual mesmo tendo tudo nada temos a não ser medo. Também nunca é tarde demais e nem cedo demais para lutar contra a presença descomunal e apavorante do futuro em nossa vida. O homem sábio cuida do dia de hoje. E basta. A vida simples que Epicuro pregava e levava é outro ponto com o qual todos os grandes filósofos concordam quando se trata da busca da felicidade. Simplicidade em tudo, eis a recomendação. Incluída a maneira como nos comunicamos, falando ou escrevendo. Uma pessoa afetada na maneira de falar ou escrever é afetada em outras esferas. "A verdade precisa falar uma linguagem simples, sem artifícios", escreveu um sábio da Antiguidade. Montaigne dedicou linhas brilhantes ao assunto em seus Ensaios. Montaigne conta duas histórias instrutivas e divertidas. Numa delas, os embaixadores de uma cidade grega tentavam convencer o rei de Esparta a aderir a um esforço de guerra. O espartano deixou-os falar longamente. Depois disse: "Não me lembro do começo nem do meio da argumentação de vocês. Quanto à conclusão, simplesmente não me interessa". Na outra história, dois arquitetos atenienses disputavam a honra de construir um grande edifício. A platéia à qual cabia a escolha ouviu um extenso discurso do primeiro arquiteto. As pessoas já se inclinavam por ele quando o segundo disse apenas: "Senhores atenienses, o que este acaba de dizer eu vou fazer".
Montaigne cita seu pensador predileto, o romano Sêneca, segundo o qual nos grandes arroubos da eloqüência há "mais ruído que sentido". Escreveu Montaigne: "Gosto de uma linguagem simples e pura, a escrita como a falada, e suculenta, e nervosa, breve e concisa, não delicada e louçã, mas veemente e brusca". Os espartanos eram admirados por Montaigne pela simplicidade com que viviam e se expressavam. Ele conta que uma vez perguntaram a uma autoridade de Esparta por que não colocavam por escrito as regras da valentia para que os jovens pudessem lê-las. A resposta foi que os espartanos queriam acostumar seus jovens antes aos feitos que às palavras. "O mundo é apenas tagarelice e nunca vi homem que não dissesse antes mais do que menos do que devia", disse Montaigne. Outro mestre de Montaigne, Plutarco (c. 45 d.C.-120 d.C.), autor de Vidas Paralelas, mostrou que falar demais pode ser perigoso. "A palavra expõe-nos, como nos ensina o divino Platão, aos mais pesados castigos que deuses e homens podem infligir", disse Plutarco. "Mas o silêncio jamais tem contas a dar. Não só não causa sede como confere um traço de nobreza."

Seja simples, portanto. E ria. Veja o caso de Heráclito (540 a.C.-470 a.C.) e Demócrito, dois grandes filósofos gregos da Antiguidade. Diante da miséria humana, Heráclito chorava. Demócrito ria. No correr dos dias nós vemos uma série infinita de absurdos e de patifarias. Alguém a quem você fez bem retribui com ódio. A inveja parece onipresente. Você tropeça e percebe a alegria mal disfarçada dos inimigos e até de amigos. (Palavras do frasista francês Rochefoucauld: sempre encontramos uma razão de alegria na desgraça de nossos amigos.) A hipocrisia é dominante. As decepções se acumulam. Até seu cachorro se mostrou menos confiável do que você imaginava. Em suma, a vida como ela é. Diante de tudo isso, as alternativas estão basicamente representadas nas atitudes opostas de Heráclito e Demócrito. Você pode chorar. Ou então você pode rir. Sêneca comparou a atitude de Heráclito e Demócrito para fazer seu ponto: ria das coisas, em vez de chorar. Séculos depois dele, Montaigne fez a mesma comparação entre os dois sábios, o sorridente e o chorão, para defender o sorriso.

Mesmo o alemão Schopenhauer (1788-1860), o filósofo do pessimismo, reconhece sabedoria na jovialidade. Em seu livro Aforismos para a Sabedoria de Vida, Schopenhauer, que viveu no século XIX, escreveu: "Acima de tudo, o que nos torna mais imediatamente felizes é a jovialidade do ânimo, pois essa boa qualidade recompensa a si mesma de modo instantâneo. Nada pode substituir tão perfeitamente qualquer outro bem quanto essa qualidade, enquanto ela mesma não é substituível por nada".

Tudo isso demanda perseverança. Paciência. Suor. Muito suor. "A virtude é uma arte obtida com o treinamento e o hábito", escreveu Aristóteles (384 a.C.-323 a.C.), que com Sócrates e Platão formou a santíssima trindade do pensamento grego. "Nós somos aquilo que fazemos repetidas vezes. A virtude, então, não é um ato, mas um hábito." Treinar. Perseverar. O grego Demóstenes (384 a.C.-322 a.C.), que disputa com o romano Cícero o título de maior orador da Antiguidade, é um exemplo formidável do poder do esforço pregado por Aristóteles. Foi graças ao treinamento persistente que Demóstenes se elevou à imortalidade como um símbolo da força das palavras. Demóstenes, natural de Atenas, era de uma família rica. Seu pai morreu quando ele tinha 8 anos. A herança foi torrada por seus tutores. Demóstenes, quando era garoto, assistiu a um julgamento no qual um orador chamado Calistrato teve um desempenho brilhante e, com sua eloqüência, mudou um veredicto que parecia selado. (Orador era uma espécie de advogado de hoje.)

Esse episódio foi assim narrado por um historiador: "Demóstenes invejou a glória de Calistrato ao ver a multidão escoltá-lo e felicitá-lo, mas ficou ainda mais impressionado com o poder da palavra, que parecia capaz de levar tudo de vencida". Ele entrou numa escola de oratória. Assim que pôde, processou seus tutores. Ganhou a causa. Mas estava ainda longe de ser notável. Um dia, desanimado, desabafou com um amigo ator. Gente bem menos preparada que ele provocava melhor impressão nas pessoas. O amigo pediu-lhe que recitasse um trecho de Eurípedes ou de Sófocles, dois gigantes do teatro grego. Demóstenes recitou. Em seguida, o amigo leu o mesmo trecho, com o tom dramático de um ator. Era a mesma coisa, e ao mesmo tempo era tudo inteiramente diferente. Demóstenes montou então uma sala subterrânea na qual se enfiava todo dia por demoradas horas para treinar, treinar e ainda treinar. Chegava a raspar um dos lados da cabeça para não poder sair de casa e, assim, praticar sem parar. Para aperfeiçoar a dicção, Demóstenes punha pequenas pedras na boca enquanto falava. Fazia também parte de seu treinamento declamar em plena corrida. Olhava-se num grande espelho para ver se sua expressão causava impacto. Treinamento. Hábito. As recomendações de Aristóteles fizeram de Demóstenes um dos maiores oradores da História da Humanidade. s

Outra etapa crucial para a vida feliz, e nisso concordam todas as escolas filosóficas, é lidar bem com a idéia da morte. Montaigne disse que quando queria lidar com o medo da morte recorria a Sêneca. Não por acaso. Ninguém se deteve de forma tão profunda e brilhante sobre a maior das aflições humanas: o medo da morte. Sêneca, numa carta a um discípulo, escreveu uma frase célebre: "E por mais que te espantes, aprender a viver não é mais que aprender a morrer". Sêneca pregava o desprezo pela morte. Não por morbidez ou por pessimismo. É que quem despreza a morte vive, paradoxalmente, melhor. Sobre sua alma não pesa o terror supremo da humanidade: o fim da vida. "Parece inacreditável, mas muita gente morre do medo de morrer", escreveu Sêneca. "Imagine que cada dia vai ser o último, e assim você aceitará com gratidão aquilo que não mais esperava", disse outro sábio da Antiguidade.

Pensar na morte, regularmente, é a primeira e maior recomendação de Sêneca. Os romanos tinham o seguinte provérbio: "Memento mori". Que quer dizer: lembre-se de que vai morrer. Não há como escapar. E no entanto nos atormentamos o tempo todo por algo que com certeza, um dia, se realizará. Esse tormento contínuo nos impede de viver bem. Outro romano, Lucrécio (c. 98 a.C.-55 a.C.), escreveu: "Onde a morte está, não estou. Onde estou, a morte não está". Encontramos uma maneira similar de lidar com a morte nas filosofias orientais. O asceta Milarepa, uma das maiores figuras do budismo, vivia perto de um cemitério para jamais esquecer que um dia iria morrer. "O remédio do homem vulgar consiste em não pensar na morte", escreveu Montaigne. "Isso é uma demonstração de cegueira e de estupidez." Fato: quanto menos pensamos na morte, mais somos assombrados por ela.

Sêneca evocou com freqüência a bravura de personalidades históricas diante da morte. Sócrates, perante a perspectiva de tomar cicuta, manteve a calma e o humor. Consolou os discípulos em vez de ser consolado, episódio que Platão, o maior deles, registrou em sua obra-prima, Fédon. "Chegou a hora de partir, vocês para a vida, eu para a morte", disse Sócrates na hora da execução de sua sentença, segundo Platão. "Qual dos dois destinos é melhor, ninguém sabe." Sêneca mostrou a mesma bravura das pessoas que tanto citou. Acusado de conspiração, recebeu do tirano romano Nero, de quem tinha sido preceptor, a sentença de se matar. Na perpétua instabilidade da sorte, Sêneca passara de homem forte do reinado de Nero (antes que este ficasse louco) a renegado. Como Sócrates, confortou os amigos e familiares que o cercavam desesperados no momento derradeiro. Cortou os punhos e se deixou levar serenamente

Pensar na morte, para tirar dela o poder aterrorizador, também era recomendado por Marco Aurélio, que comandou o mundo no último grande momento de Roma. Marco Aurélio foi um imperador filósofo, como sonhava Platão. Como imperador, nos primórdios da Era Cristã, Marco Aurélio conduziu uma Roma já ameaçada pelos bárbaros a um derradeiro período dourado. Como filósofo, escreveu, em geral em acampamentos de guerra, reflexões para si próprio, frases curtas e profundas que giravam sobre a efemeridade da glória e da vida. Um discípulo, depois da morte de Marco Aurélio, juntou-as num livro ao qual deu o nome de Meditações. O pensador francês Ernest Renan (1823-1892) disse que os seres humanos estariam sempre de luto por Marco Aurélio. Sugestão do imperador filósofo para o começo de cada dia: "Previna a si mesmo ao amanhecer: vou encontrar um intrometido, um mal-agradecido, um insolente, um astucioso, um invejoso, um avaro".

Marco Aurélio é útil para uma infinidade de situações cotidianas. Somos extraordinariamente suscetíveis à idéia da glória, e é um convite ao bom senso ouvir, a esse respeito, quem foi o dono do mundo. A arrogância, mostra ele, sustenta-se apenas na ignorância e na ilusão. "Cada um vive apenas o momento presente, breve. O mais da vida, ou já se viveu ou está na incerteza. Exíguo, pois, é o que cada um vive. Exíguo, o cantinho da terra onde vive. Exígua, até a mais longa memória na posteridade, essa mesma transmitida por uma sucessão de homúnculos morrediços, que nem a si próprio conhecem, quanto menos a alguém falecido há muito." Marco Aurélio legou à posteridade exemplos memoráveis. Descoberta uma conspiração e executado sem seu conhecimento o traidor, ele lamentou a perda da chance de perdoá-lo. Entregaram-lhe a correspondência do conspirador. Ele queimou-a sem lê-la. Sua atitude diante da discórdia é inspiradora. Estamos a toda hora brigando com alguém e sendo tomados por sentimentos de rancor e aversão. Em suas anotações, Marco Aurélio disse com majestosa sabedoria: "Sempre que você se desentender com alguém, lembre que em pouco tempo você e o outro estarão desaparecidos". Evite brigar. Evite confrontos. Não alimente rancores. Tudo isso é pregado pelos filósofos. "O homem sábio nunca tem maldade e sempre esquece as injustiças de que é vítima", escreveu Aristóteles. Você é teimoso numa discussão? Gosta de comprar briga? Pense na seguinte frase de Montaigne: "Teimar e contestar obstinadamente são defeitos peculiares às almas vulgares. Ao passo que voltar atrás, corrigir-se, abandonar uma opinião errada no ardor da discussão são qualidades raras das almas fortes e dos espíritos filosóficos".

Tão forte como o medo da morte, para a humanidade, é o pesadelo do envelhecimento. Há uma luta inútil e muitas vezes patética pela juventude eterna. Muitos filósofos se detiveram sobre o tema e se esforçaram por nos ajudar a lidar melhor com a passagem do tempo. Um deles foi Cícero (106 a.C.-43 a.C.). Cícero enumera as vantagens desprezadas da velhice. Na dedicatória, ele diz: "Senti tal prazer em escrever que esqueci os inconvenientes dessa idade; mais ainda, a velhice me pareceu repentinamente doce e harmoniosa". Cícero começa por um fato incontestável: "Todos os homens desejam alcançar a velhice, mas ao ficarem velhos se lamentam. Eis aí a conseqüência da estupidez". Depois ele toca num ponto crucial: uma vez que a sorte instável ora nos ergue e ora nos derruba, o que muda mesmo é a maneira com que cada um de nós lida com sua cota de infortúnios. Afirma Cícero: "Os velhos inteligentes, agradáveis e divertidos suportam facilmente a idade, ao passo que a acrimônia, o temperamento triste e a rabugice são deploráveis em qualquer idade".

Cícero é mordaz e divertido. Quando toca na questão da alardeada perda de memória dos anciões, ele contrapõe: "A memória declina se não a cultivamos ou se carecemos de vivacidade de espírito. Os velhos sempre se lembram daquilo que os interessa: promessas, identidade de seus credores e devedores etc.". Permanecer intelectualmente ativo é uma forte recomendação dele. Cícero lembra que, no fim da vida, Sócrates aprendeu a tocar lira. "Acaso os adolescentes deveriam lamentar a infância e depois, tendo amadurecido, chorar a adolescência? A vida segue um curso preciso e a natureza dota cada idade de suas qualidades próprias. Por isso, a fraqueza das crianças, o ímpeto dos jovens, a seriedade dos adultos, a maturidade da velhice são coisas naturais que devemos apreciar cada uma em seu tempo." Cícero acende uma luz para a humanidade ao ajudar a enxergar a velhice sob um aspecto menos negativo. Acender luzes, para nos ajudar na busca de felicidade, é a missão dos filósofos - os eternos amigos da humanidade.

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