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Leitura do Fim de Semana - Parte 1

Quando descobriu um câncer no intestino, aos 40 anos, o administrador de empresas paulistano Felipe Saigh nem pensou em apelar para terapias alternativas. Passados dois anos e meio do diagnóstico inicial, Saigh continua fazendo quimioterapia. Mas se trata também com a medicina aiurvédica, tradicional sistema indiano. E diz estar se sentindo melhor. No caminho entre o ceticismo e a confiança naquilo que não é explicado pela ciência ocidental, Saigh passou por cirurgias, quimioterapia com efeitos colaterais terríveis, reincidências da doença e prognósticos nada animadores. "Quando meu médico não tinha mais nada a fazer, me receitou um chá", diz Saigh. "O tumor parou de crescer, e isso abriu minha cabeça." Já fazia acupuntura, começou a ter aulas de ioga. Partiu para o tratamento aiurvédico. "A quimioterapia não me deixa tão prostrado", afirma.

A medicina indiana conhecida como aiurveda ganha cada vez mais popularidade no Ocidente. Nos Estados Unidos e na Europa, não faltam spas e clínicas particulares oferecendo massagens e tratamentos. Entre os pacientes, astros como Demi Moore e Sting ajudam a divulgar a idéia. O sucesso do guru Deepak Chopra, um dos maiores divulgadores da aiurveda, comprova o interesse do público: os 35 livros escritos pelo médico indiano radicado nos Estados Unidos foram traduzidos para 35 idiomas e venderam mais de 20 milhões de exemplares.

Aiurveda é um termo que, em sânscrito, significa "conhecimento da vida". Trata-se de um conjunto de técnicas médicas voltadas para a prevenção, cuja proposta é ensinar o paciente a levar uma vida equilibrada. O tratamento visa cuidar do corpo como um todo, não apenas da parte afetada pela doença. A farmacêutica paulista Stella Kirkelisbingre, de 55 anos, procurou o médico César Devesa, pesquisador do Instituto do Coração, em São Paulo, e especialista em aiurveda, para se livrar de um inchaço. Mas diz que acabou se curando também de uma enxaqueca que a perseguia havia anos. "Depois do tratamento, nunca mais tive uma crise", afirma Stella.

Como na medicina chinesa, a principal idéia do sistema indiano é manter o ser vivo em harmonia com o cosmo. Para os aiurvédicos, pessoas e coisas dividem-se em três tipos, conhecidos como doshas (veja o quadro nesta matéria). Apesar de cada indivíduo ter um ou dois doshas predominantes, dizem os aiurvédicos, todos têm um pouco dos três dentro de si. A doença, segundo eles, surge quando a relação natural entre esses doshas entra em desequilíbrio.

No corpo, segundo os escritos aiurvédicos, há canais e pontos de energia semelhantes aos da acupuntura, chamados marmas. Terapias como massagens e fios de óleo procuram restabelecer o fluxo de energia do corpo por estimulação de alguns desses pontos. A medicina aiurvédica também presta atenção à dieta do paciente. A maior parte dos médicos que adotam técnicas aiurvédicas milenares não dispensa conhecimentos ocidentais e recursos tecnológicos modernos. "Faço o diagnóstico pelo pulso, observando, olhando a língua e conversando com o paciente", diz Devesa. "Mas, se necessário, peço exames de laboratório para confirmar o quadro."

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