Pular para o conteúdo principal

É ÁGUA PURA. SERÁ QUE CURA? (PARTE 2)

PARA SABER MAIS

Organon da Arte de Curar, Samuel Hahnemann, versão comentada por Marcelo Pustiglione e Romeu Carillo Júnior, Editora Homeopatia Hoje, São Paulo, 1994.

O que é Homeopatia, Flávio Dantas, Editora Brasiliense, São Paulo, 1984.

EXPOSIÇÃO:

Museu Histórico Nacional, Praça Marechal Âncora, s/número, tel. 021 220 5450, Rio de Janeiro. Funciona das 10 às 17h30.


Dois caminhos para tratar o mesmo mal

A queixa
Mal conseguindo abrir os olhos de tanta dor de cabeça, o paciente vai ao médico.



Homeopatia

O nome, de origem grega, quer dizer "igual à doença". A dor deve ser curada por um remédio que provoque outra dor.



A causa

Sempre será um desequilíbrio energético de todo o organismo.



A consulta

É o momento estratégico do tratamento. Em uma longa entrevista, o médico cava informações sobre o estado emocional do doente. Investiga o que ele está sentindo, qualquer sintoma físico ou psíquico. Também leva em consideração a dieta, o clima, até a luminosidade no ambiente de trabalho.



O tratamento

As informações levam a um remédio capaz de provocar o mesmo conjunto de sintomas físicos e mentais, inclusive a dor. O medicamento deve fazer o corpo acionar suas defesas naturais contra os distúrbios.



Alopatia

O nome, que também vem do grego, significa "oposto à doença". O sintoma e suas causas são combatidos com drogas contra eles.



A causa

Poderá ser externa (um vírus da gripe) ou interna (um distúrbio localizado).



A consulta

O paciente conta o que sente, onde dói e de que maneira. O foco é no problema em si. Outros sintomas, psíquicos ou físicos, não são necessariamente considerados importantes.



O tratamento

O médico ataca o problema com remédios contra o sintoma e pode incluir na receita outras drogas contra doenças que, sabe-se, causam aquele tipo de dor. A medicação age por si. Não há preocupação em estimular o corpo a se defender.


A arte de fazer gotas e bolinhas

A trituração
Esta etapa só existe quando a matéria-prima se encontra em estado sólido, como o índigo, o pó azul na foto. A substância é misturada com a lactose, o pó branco. Esse açúcar do leite ajuda a triturar qualquer material.



Hora de pesar

Se o medicamento é líquido, como as tinturas de plantas, o processo já começa nesse ponto. Tudo passa pela balança. Pelo peso, os farmacêuticos chegam à proporção de uma molécula do remédio para cada 99 moléculas da solução de água destilada e álcool.



A agitação

É conhecida por dinamização. Sobre um travesseiro, para não machucar as mãos, o farmacêutico sacode 100 vezes o frasco que contém a diluição. Não se sabe por que esse número. Mas os homeopatas garantem que, sem ser dinamizado, o remédio não terá o mesmo efeito.



Nova diluição

A balança volta à cena. É preciso pesar para obter a proporção de uma molécula da primeira diluição para cada 99 moléculas de uma solução fresquinha de água e álcool. Então, pode-se dizer que o remédio tem 2 CH (centesimais hahnemanianas, que são unidades de diluição).



Tudo outra vez

Na realidade, os remédios homeopáticos têm sempre acima de 6 CH. Ou seja, são diluídos seis vezes naquela proporção de um para 99 e, depois de cada diluição, também são sacudidos 100 vezes. Acima de 12 CH, o remédio é pura água do ponto de vista químico



Água com açúcar

Em gotas ou em glóbulos de açúcar (as bolinhas), o efeito é o mesmo. O paciente é quem decide que forma prefere tomar. A versão em gotas fica pronta assim que termina a última sessão de agito. Já os glóbulos devem ser impregnados com a diluição, como na foto.


A teoria é de que a água cura porque tem memória

Primeiro contato
As moléculas de água, álcool e medicamento se misturariam homogeneamente.



Mistura de campos

Quando a solução é agitada, os campos eletromagnéticos ao redor delas se cruzariam.



Marcada para sempre

O campo eletromagnético da água passaria a vibrar como se a molécula do remédio estivesse presente, provocando sérias reações no organismo.



Nas glândulas

A água começaria a agir como a droga acionando glândulas do corpo.



Nas defesas

Os estímulos nervosos e hormonais aumentariam a eficácia do sistema imunológico



Nas emoções

Tudo levaria a uma melhora do estado emocional, que também influenciaria o corpo.


Efeitos reais ou ilusórios?

Dois estudos recentes tiveram resultados completamente opostos. Os dois levantavam a mesma questão: afinal, será que os tratamentos homeopáticos funcionam porque têm efeito psicológico? No ano passado, o médico escocês David Reilly, do Instituto de Homeopatia de Glasgow, Escócia, fez uma pesquisa com trinta pacientes alérgicos e publicou os resultados no English Medical Journal. Segundo relatou, sem saber de nada, metade dos pacientes recebeu placebo, um falso remédio, e a outra metade recebeu medicação homeopática. A incidência de cura na turma medicada foi 60% maior do que no restante, sinal de que o remédio agia além da esfera meramente psicológica.
Mas em outra publicação britânica especializada, a célebre The Lancet, o epidemiologista francês Daniel Swartz divulgou um trabalho com seiscentas pessoas que passaram por cirurgias abdominais. Esse tipo de operação causa uma paralisia temporária do intestino. Segundo ele, a metade que tomou ópio, remédio indicado pelos homeopatas para melhorar a função intestinal, demorou 95 horas, em média, para se recuperar. O mesmo prazo de quem engoliu gotinhas falsas.

Comentários

Postagens Mais Lidas

literatura Canadense

Em seus primórdios, a literatura canadense, em inglês e em francês, buscou narrar a luta dos colonizadores em uma região inóspita. Ao longo do século XX, a industrialização do país e a evolução da sociedade canadense levaram ao aparecimento de uma literatura mais ligada às grandes correntes internacionais. Literatura em língua inglesa. As primeiras obras literárias produzidas no Canadá foram os relatos de exploradores, viajantes e oficiais britânicos, que registravam em cartas, diários e documentos suas impressões sobre as terras da região da Nova Escócia. Frances Brooke, esposa de um capelão, escreveu o primeiro romance em inglês cuja ação transcorre no Canadá, History of Emily Montague (1769). As difíceis condições de vida e a decepção dos colonizadores com um ambiente inóspito, frio e selvagem foram descritas por Susanna Strickland Moodie em Roughing It in the Bush (1852; Dura vida no mato). John Richardson combinou história e romance de aventura em Wacousta (1832), inspirada na re

Papel de Parede 4K

Chave de Ativação do Nero 8

1K22-0867-0795-66M4-5754-6929-64KM 4C01-K0A2-98M1-25M9-KC67-E276-63K5 EC06-206A-99K5-2527-940M-3227-K7XK 9C00-E0A2-98K1-294K-06XC-MX2C-X988 4C04-5032-9953-2A16-09E3-KC8M-5C80 EC05-E087-9964-2703-05E2-88XA-51EE Elas devem ser inseridas da seguinte maneira: 1 Abra o control center (Inicial/Programas/Nero 8/Nero Toolkit/Nero controlcenter) nunca deixe ele atualizar nada!  2 Clic em: Licença  3 Clica na licença que já esta lá dentro e em remover  4 Clica em adcionar  5 Copie e cole a primeira licença que postei acima e repita com as outras 5

Como funciona o pensamento conceitual

O pensamento conceitual ou lógico opera de maneira diferente e mesmo oposta à do pensamento mítico. A primeira e fundamental diferença está no fato de que enquanto o pensamento mítico opera por bricolage (associação dos fragmentos heterogêneos), o pensamento conceitual opera por método (procedimento lógico para a articulação racional entre elementos homogêneos). Dessa diferença resultam outras: • um conceito ou uma idéia não é uma imagem nem um símbolo, mas uma descrição e uma explicação da essência ou natureza própria de um ser, referindo-se a esse ser e somente a ele; • um conceito ou uma idéia não são substitutos para as coisas, mas a compreensão intelectual delas; • um conceito ou uma idéia não são formas de participação ou de relação de nosso espírito em outra realidade, mas são resultado de uma análise ou de uma síntese dos dados da realidade ou do próprio pensamento; • um juízo e um raciocínio não permanecem no nível da experiência, nem organizam a experiência nela mesma, mas, p

Wallpaper 4K (3000x2000)

Inteligência & Linguagem

Não somos dotados apenas de inteligência prática ou instrumental, mas também de inteligência teórica e abstrata. Pensamos. O exercício da inteligência como pensamento é inseparável da linguagem, como já vimos, pois a linguagem é o que nos permite estabelecer relações, concebê-las e compreendê-las. Graças às significações escada e rede, a criança pode pensar nesses objetos e fabricá-los. A linguagem articula percepções e memórias, percepções e imaginações, oferecendo ao pensamento um fluxo temporal que conserva e interliga as idéias. O psicólogo Piaget, estudando a gênese da inteligência nas crianças, mostrou como a aquisição da linguagem e a do pensamento caminham juntas. Assim, por exemplo, uma criança de quatro anos ainda não é capaz de pensar relações reversíveis ou recíprocas porque não domina a linguagem desse tipo de relações. Se se perguntar a ela: "Você tem um irmão?", ela responderá: "Sim". Se continuarmos a perguntar: "Quem é o seu irmão?", ela r